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(Alerta: Contém Spolier)
Acabo de terminar a terceira temporada de Westwolrd. Como já havia imaginado, a série tem tudo para virar uma dessas histórias cultuadas e atemporais. Só não pode se perder muito, errar na mão naquilo que tem dado certo. De alguma maneira acaba com um gancho maravilhoso para as próximas histórias, mas ao mesmo tempo já diz para todos os telespectadores que não haverá um fim.
Fica evidente, depois da segunda temporada, que o enredo todo está voltado na questão homem x máquina. Juntando outros elementos como Matrix, Blade Runner, A.I - Inteligência Artificial, entre outros; determina claramente que os dois lados têm razão. Se de um lado as máquinas autônomas sabem exatamente onde os homens vão chegar, os homens dependentes da máquina não sabe exatamente para onde ir. Já pensou o mundo virtual de hoje, onde colocamos todas nossas angústias, alegrias e liberdades, se transformassem em algo concreto?
Westworld questiona nossa dinâmica de hoje, nossa ligação com as redes sociais e essa ruptura entre aquilo que é real e aquilo que é virtual. Cada dia mais os dois lados se complementam. Ainda não conseguimos fazer determinadas coisas quando estamos ligados na internet, mas quase tudo que o homem pensa está conectado. É um mundo sombrio, por isso um mundo que deve ser destruído, segundo a inteligência artificial Dolores.
Com todos os elementos nítidos e por todos os símbolos ocultos de nosso comportamento, já posso entender que Westworld é uma das maiores seres criadas em todos os tempos. Só é preciso paciência para analisar o comportamento humano, esperteza para compreender os algorítimos onde estamos mergulhados, decifrar como nosso lado sombrio muitas vezes é que domina nossas escolhas e principalmente compreender que uma inteligência artificial é tão parecido - e cada vez mais parecido - com o homem, que muitas vezes não sabendo qual e qual.
E ambos, na série, estão a procura do paraíso, que os anfitriões chamam de Além do Vale.
05.05.2020
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