segunda-feira, fevereiro 22, 2010

Desconectado: Começou 2010!

E o ano, enfim, começa. Chegamos ao tão esperado 2010. Tudo bem, nem todos estão eufóricos com 2010; preferem, por exemplo, o apocalíptico 2012. Mas, todos devem concordar que esse ano está cheio de atividades. Duas delas importantíssimas para o povo brasileiro. Um com o sabor amargo das discussões o outro com o sabor das paixões: política e futebol. Ano de Copa do Mundo, ano de eleições presidenciais. Quem leva? Dilma, Espanha, Serra ou Dunga? As apostas podem começar agora.
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Eu, como quase todo brasileiro, fiz minhas promessas de fim de ano. Sabe aquele negócio de pular onda, guardar folha de louro na carteira e planejar que, até que enfim, mudar tudo que está errado com a vida? Sabe aquele negócio de botar um curso na cabeça, decidir melhorar profissionalmente (inclusive arrumando um emprego melhor) e reorganizar a vida financeira, sentimental e social? Pois é. Fiz todos essas planos, e deles todos, perdi exatos dois meses. A vida começa mesmo depois do carnaval, gostando ou não da farra.
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Dessa minha mania de escrever, prometi que seria mais atuante e pontual. Para o Informação Virtual tenho um projeto de pelo menos uma crítica por mês de tudo que rola no campo da música (posso falar de outras artes, nada me impede). Também postaria mais Política Voz, visto que a campanha já começou. Também, por causa da Copa do Mundo, o Patativa da Bola teria um peso maior do meu tempo “inútil”. E de tudo isso, ficaria o meu original blog um tanto abandonado, o Folhetim Hoje é Vinte. No Voz e Cor, outro projeto que misturo imagem e poemas; também não será esquecido.
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Naquele meu planejamento do começo do ano, haverá tempo para tudo. Inclusive para a família, um tanto abandonada.
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Mais uma vez volto a dizer: o ano, enfim, começou. Para mim, pelo menos. Foram três meses de espera: Papai Noel e Carnaval. Ambas festas um tanto descaracterizadas em sua mensagem original; mas mesmo assim, rigoroso critério de demarcação do tempo. Entre o Papai Noel e o Carnaval, vivemos o período de letargia ou como num retiro espiritual onde nos limpamos do passado penoso e revigoramos um futuro promissor. Tudo na base da especulação, da vontade e do esquecimento.
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O ano começa com promessas e mais promessas: uma parte eu já fiz. Dizer-me totalmente indisciplinado com tudo que rola nos meus momentos de “inutilidade”, também conhecidos como “momentos de hobby”. Esse momento em que não me rende quase nenhum centavo, mas que não levo com a “barriga” como se estivesse fazendo por obrigação ou de favor. Não me devem nada por essas linhas; mesmo assim, continuo devendo-lhes pelo menos uma satisfação.
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Essa que foi dada.
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terça-feira, fevereiro 02, 2010

Cartas ao Vento 030

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Aos bons amigos, bons ventos: Cartas ao vento. No rosto, como ar livre. Servirá para livrar-te da inconseqüência? Da absurda inconseqüência dos fatos? Não. A carta não lhe valerá para isso. Carta que não tem destinatário específico, nem tampouco remetente. Quem manda, descreve mais o que vê do quê sente. Quem recebe lê mais do quê está evidente.

Cartas que chegarão, embora tarde.

Queria escrever-lhes tantas novidades, mas elas não existem. Somos uma intercalada repetição de nós mesmos; mas, às vezes, nos enganamos: o ontem e o hoje num tráfego curvilíneo. E no espaçamento do tempo, fingimos saudade e outros sentimentos: decidimos que somos nós mesmos! Ignoramos, ao certo, que outra pessoa nasce na veemência da ação do tempo, deixando nosso ser nos segundos passados. Então, é o relógio que determina nossa originalidade; quando em cada minuto vindouro, exuma de nós todo passado!

Passagem das horas: o ponteiro é o mesmo, mas as paredes descascadas; o filtro de barro seco, os olhos cansados e a cor do cabelo; tudo transformado numa ação que desconhecemos. Mas não somos vítimas do tempo: em dado momento ele é nossa única companhia. Fria, calada; inflexível. Tudo, menos indiferente.

E como vemos indiferença no mundo.

O tempo não ignora aquele sofá no meio da sala. O tempo não ignora destinatário. O tempo conta, em soberba matemática infinita, o começo e o fim de todas as coisas. Mais do que isso: é incapaz de esquecer aquele velho sentado naquele sofá no meio da sala: finda em menor tempo o velho deitado; ajeita quem acabe com o velho sofá inútil.
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Mas é certo que não terão jamais o mesmo fim.
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