sábado, setembro 05, 2020

UM FINAL DE ANO VITORIOSO, MAS MELANCÓLICO

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Se eu olhasse para minha vida hoje há vinte anos, não acreditaria em muitas coisas. Tantas coisas boas e outras nem tanto. A vida desses baixos e altos é realmente surpreendente na maioria das vezes. Não sei como alguém consegue separar as conquistas e as perdas, como quem pratica uma conta aritmética com as emoções. Para uns parece ser fácil separar as coisas, eu tenho certa dificuldade. Uma coisa boa não compensa uma coisa ruim. Talvez uma terapia seja algo interessante para mim, mas por enquanto vou levando.
Cada experiência é autônoma, boa ou ruim, não há compensação. Fico feliz com algo e não necessariamente suprima outro ruim. Mas, ainda assim, as coisas boas são ações que dão sobrevida feliz diante das coisas ruins. Um bom jantar não acaba com um dia ruim de trabalho, mas ainda assim é um bom jantar. Tenho aprendido com isso, valorizar as coisas pelo que elas são. O ano que passou foi uma tentativa absurda de entender sobre isso, principalmente as consequências em mim de tantas coisas externas. A vida é esse amontoado de coisas, sons e cores acontecendo sem que façamos qualquer esforço para que aconteçam.
Então foi quando cheguei à conclusão de algo que me fez olhar para o mundo de forma diferente: coisas são independente de mim, a única força que tenho sobre elas é como examiná-las, encarar e sentir determinada situação. Não sei se isso faz parte da inteligência emocional, mas é isso que estou fazendo - Talvez alguma das minhas amizades saibam responder cientificamente esse texto tão artístico - O mundo não vai mudar por mim, mas eu posso mudar por ele. Embora pareça uma frase de acomodação, na verdade é uma frase de esperança: o mundo vai ser um lugar melhor por sermos pessoas melhores.
O ano de 2019 foi um ano maravilhoso em alguns aspectos, por causa de conquistas pessoais, tanto minha como de pessoas que eu amo. Foi um ano de várias perdas, de pessoas amigas, de convívios queridos e de conversas leves. Ficamos mais pesados em relação ao outro e só quem ama de verdade consegue hoje tolerar tantas diferenças. Um ano de conquistas pessoais, mas de dolorosas perdas coletivas. Uma coisa não pode compensar a outra, e tenho que suportar cada situação em seu lugar. Um pouco disso tem relação com as decisões do governo, que tem papel fundamental por zelar o bem comum. Conquistas pessoas em relação a religião, estudo e lutas vencidas por questões de saúde. Um ano muito feliz, mas um ano melancólico.
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19.12.19

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