sábado, setembro 05, 2020

PÁGINA 12

 "... não sei o quanto posso estar errado. Na verdade, procuro não quantificar a situação; mas qualificar os melhores desvios. Errar é humano, errar sempre ainda mais. Errar e descobrir que errou acho que é divino. Então, eu acho que cometi alguns erros. Mas não posso dizer que os não faria novamente. Descobri que são erros, pois os cometi. Poderia ter descoberto por olhar os outros, pela boca dos outros; pelos sonhos dos outros. Mas ai o erro não seria o mesmo, seria um erro que observei, julguei e evitei. Mas o erro meu, aquele que eu cometo por inquietude, indisciplina e quem sabe por maledicência, esse é meu mesmo; em grau, número e cor. Não é um erro observável, mas um erro impregnado; do qual terei que retirar ponto a ponto do corpo. Pode ser que eu coloque uma tatuagem por cima do estigma, pode ser que eu tente arrancar com as unhas, como quem coça sem parar; mas pode ser que eu deixe a marca lá no corpo mesmo, para refletir pela posterioridade, refletir que eu posso errar; embora não deva....."

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