sábado, setembro 05, 2020

QUESTÃO DA FÉ


Estou posto sangrando em praça
pública, onde olhares me ignoram,
é onde devo olhar para minha fuga?
É ali, então, que ninguém enxerga,
o caminho feliz do homem são?
Onde lama mole, os pés moldam?
Lugar para onde eu mereço fugir?
Ou sangrando caminharei na fome
da doença e da mísera absolvição.
Romper caminhos que ora forjam
viver livre capturado pela redenção?
Ou na alegria do sonho que dorme
o sono feliz que delatores acordam,
de onde, no cume, não posso subir?
Prefiro ser arrogante, se me permitir,
Libertar-me da culpa, essa imaginação
que colhe da vida a morte, que só um dia
mostrará a realidade de sua revelação.
E assim, revolto, achar a cura e ser feliz?
E se pôr fim a esperança, achar o caminho?
E se moldar na decepção o quê faz sorrir?
Não será de Deus mãos nos meus ombros,
tortos destinos que não escreveu em vão?
A fé estará submersa onde continuo fugindo?

19.05.17

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