terça-feira, abril 11, 2017

MUNDO QUE EU VIVO


Tudo anda tão doente,
que, às vezes,
acho que só por esperança,
vivemos.
Todo mundo sem sono,
numa insônia inconsequente;
que prefiro achar que só é doença.
Tudo tão doente,
parado na porta de casa;
com armas em punho,
esperando um vacilo qualquer.
Todos doentes, defendendo os doentes,
como certo fosse andar tão doente.
E defendem a doença com unhas e dentes.
impõem ao outro suas verdades,
vermes e bactérias
de um pensamento doente.
E querem o fim da doença,
torcendo pela doença,
desejando o fim do mundo.
Tudo tão doente nesse mundo
que eu prefiro nem ter esperança.
Esperamos?





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domingo, abril 09, 2017

ANTES DE MAIS NADA


Não queira pedir aquilo que lhe devo.
Posso ser melhor que tem cobrado:
Nas páginas, um personagem desqualificado.
Ou nos versos livres, um iletrado.
No vício, um descontrole moderado,
Viciado nas entrelinhas, inveterado.
Mas posso ser pior daquilo que lhe mostro.
Não queira pedir aquilo que não mereço:
Um personagem descontrolado no vício,
Nas entrelinhas, o inveterado verso,
Um iletrado, viciado e descontrolado.
Nas páginas livres um desqualificado.
Mas se quer isso mesmo, sem tirar,
Estou eu aqui na meia verdade, inteiro.
Sem ódio ou amor, apenas parte da história.
Se quer mesmo nossa história, que inteiro,
O amor que se transforme do ódio,
Na verdade completa que partimos ao meio.