sábado, setembro 05, 2020

Poema da Violência I

 

Pego meu lenço que está na cabeceira.
Está sujo de sangue, o meu sangue.
Foi um sonho, desses pesadelos inconscientes.
Nele eu morria e matava, ambos errados:
O assassino que me comanda, o homem que obedece.
Eu segui os passos lentos, mas não tinha medo.
Lá estava a incontrolável sede:
Matar sempre foi o meu melhor remédio.
Olho para o quadro e ele parece tão violento.
Pego a camisa que está limpa de sangue.
Limpa com a vingança, minha vingança.
Foi um pesadelo, desses que parecem sonhos.
Onde eu queria matar, mas nele morria:
O assassino era algo diferente de mim, e tive medo.
Eu segui os passos lentos do receio.
Lá estava a incontrolável sede:
A água que beber, jamais terá sede.
Olho para o quadro e ele parece tão verdadeiro.
Pego meu corpo, meus braços e meu cabelo.
Estou sujo de morte daqueles que lamento.
Foi um monstros desses que matam e morrem
que tentam descontrolar o homem violento.
O assassino sou eu que comanda a oração
da palavras letas em passos desatentos
pois não haverá menor chance de rompimento
e viver com as mãos abençoadas desse sangue.
Olho para o quadro e hoje eu só lamento.

20.10.18

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