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Não é que mais uma vez somos campeões? Quando ninguém mais acreditava, quando o mundo achava que a possibilidade da Argentina ser campeã era muito maior do que dos brasileiros, mais uma vez vencemos. E olha que não foi uma vitória no sufoco, meio que nas surpresas do jogo; foi um belo jogo do Brasil. Marcamos o primeiro com Júlio Batista, que discreto não aparece tanto na mídia, muito menos em campo. Mas é um sujeito esforçado, humilde; e que mostra desde os tempos do São Paulo ter uma cabeça boa quando o assunto é polemizar. Foi um dos poucos que ressaltou a vitória ao invés das críticas e o recado aos jornalistas.
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Vencemos, merecido. Ninguém duvida. Principalmente se a análise imparcial ficar restrita ao jogo final, quando mostramos o que temos de melhor. Se olharmos para o passado, algumas coisas ficaram mal contadas, principalmente a nossa classificação duvidosa diante do fortíssimo selecionado uruguaio (é brincadeira isso que estou dizendo, rapaziada, Uruguai não é forte desde 50). Passamos fácil pelo Chile, é verdade. Mas jogo mesmo, foi somente com Argentina.
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Juan levanta a taça junto com Gilberto, capitão e vice-capitão. Parece que ambos se tornarão homens de confiança de Dunga, ainda não são. Outros dois que não podem perder lugar, mais uma vez votando no nome dos caras: Mineiro e Josué. Vágner Love fez uma bela partida, mais ainda é dúvida no futuro. Daniel Carvalho é outro cara que conhecia pouco, mas que gostei do jogo. Aquela colocada no terceiro gol, calmo; coisa de quem sabe pelo menos um pouco de futebol. Não foi chutão, foi colocada de chapa, como se dizia no passado de glória.
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Que passado é esse? Muito distante, do futebol arte. Hoje não jogamos nada de arte, com certeza. Mas diferente do espetáculo da seleção de 82, essa foi campeã. Alguns irão desenhar minha cara na parede e lançarão dardos envenenados mirando meus olhos. Calma, não estou dizendo que essa Segunda Era Dunga é melhor do que 82 só por causa de uma Copa América. Mas uma vitória contra a Argentina, quando ela era considerada muito superior, sempre dá uma certa euforia que pode causar danos aos neurônios. Pode deixar que o delírio vai passar, novamente me tornarei aquele nostálgico incorrigível (mas com sofreguidão) da Copa da Espanha. Mas não dá para esconder o sorriso, o grito e a vontade de esculachar nossos principais arqui-inimigos.
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Bem, o meia que eu esperava ficou no banco. O goleiro que eu não acreditava mostrou ter sorte e brilho de campeão, mas continua não sendo o melhor. O centroavante, ele não costuma marcar gols. Os volantes são ótimos marcadores, são melhores taticamente, mas não são craques. Os zagueiros são aquilo que vocês devem ter visto: seriedade e alguns sustos, mas o que há de melhor na seleção (principalmente depois que Alex perdeu peso durante a competição). Os laterais? Pô! Não vou pegar no pé agora, foram campeões, ora. Atacantes? Isso sempre nos sobra, apesar que alguns nomes são dependentes da fase, ou seja, quando está boa eles c
correspondem.
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Dunga pula e brinca com os outros jogadores, como se fizesse parte deles. Não é mais, Dunga, você agora é o treinador. Novo, quem sabe. Um pouco inexperiente. Pode não saber nada de tática, nem agora nem no futuro. Mas mostrou uma coisa: fez esse pessoal correr, lutar e mais do que tudo: ganhar da Argentina.
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Sempre é bom repetir essa parte, parece que todos os males vão sumindo, sendo curados. Olho para Dunga, recebendo a medalha; Doni beijando a taça. Maicon e Gilberto comemorando, mais uma vez: Dane-se, ganhamos da Argentina.
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