terça-feira, outubro 28, 2008

Top 10 Discos - Meu

DEZ MELHORES

No site Yahoo um fórum me chamou atenção. A pergunta do moderador era a seguinte: “Você naufragou em uma ilha e está sozinho apenas com um aparelho de som que funciona com a luz do sol. Quais discos você queria ter com você em uma ilha deserta?”. A pergunta na minha cabeça não é nova. Várias vezes eu pensei numa coisa desse tipo. Levar dez discos para um retiro espiritual, levá-los para Alcatraz, ficar trancado no quarto durante um semestre. Bom, ficarei matutando mesmo a questão acima, da ilha deserta. Parece ser mais assustador pensar que não posso errar a escolha pois não haverá chance de escolher outros discos. É claro que penso nos grupos que mais gosto, os clássicos do rock. Mas também penso que em determinado momento iria querer tranqüilidade, quem sabe uma música bem brasileira. 

A ordem que eu defini não é de gosto, mas aleatório. O primeiro disco que surge na minha cabeça é o LED ZEPPELIN. Conhecido como aquele com crianças na capa. O nome é Houses Of The Holy.  Particularmente acho esse disco perfeito, como são mais uns cinco álbuns do grupo. Mas, diferente dos outros, esse disco tem um ar transcendental, que me faz pensar de coisas com as quais me deparo quando “penso” sobre a vida. No quarter é a melhor música do disco, mas não há grandes diferenças entre as músicas, Todas são ótimas. Escutaria esse disco de madrugada na ilha deserta.

Quase na mesma época, levaria também Abbey Road dos BEATLES. Existe uma dúvida na minha cabeça em relação a discografia dos Beatles, quase sempre, quando me coloco nessa mania de listas, coloco Revolver como uma preferência também, e por exclusão, numa competição desumana com Abbey Road, esse acaba ficando. Here Comes the Sun no começo do dia. Colocaria mais uns dois discos dos Beatles, mas assim como aconteceu com Led Zeppelin, fui obrigado a deixar algumas preciosidades fora da mochila.

Não faltaria PINK FLOYD. Esse em especial, apesar de não ser minha banda preferida, tem dois discos que eu acho os mais importantes da história da música. Dark side of The Moon e The Wall. Os dois álbuns são aquelas famosas e longas construções temáticas do rock progressivo. É um tipo de disco que se gosta por inteiro ou não se gosta. Talvez depois de mais uma porção de audições eu ache o disco horrível e um erro tê-lo levado para a ilha, mas com certeza essa opção é infinitamente menor do que achá-los importantíssimos. 

IRON MAIDEN foi a grande briga na lista. Assim como Pink Floyd levou dois discos para a ilha, era quase certa a opção de levar pelo menos cinco para a ilha desse grupo que eu considero o mais importante de todos. Sem dúvidas três deles entrarão na lista, como já entraram em listas anteriores. Mas como das outras vezes tudo foi momentâneo, como se estivesse obedecendo um estado de espírito que modifica com o passar do dia. SEVENTH SON, THE NUMBER e PIECE OF MIND. Sem pensar muito, sem justificar; senão acabo mudando tudo. Ao final de tudo, é bem possível que eu tente escapar a nado da ilha pois esqueci alguma coisa do Iron que achei posteriormente uma decisão injusta. Levo Seventh Son of a Seventh Son.

Levaria PEARL JAM com certeza, também numa dúvida entre dois discos: TEN e VS. Musicalmente o segundo é melhor, mas o primeiro me faz lembrar de uma época interessante de minha adolescência. Levo Vs.. Do gênero levaria também o acústico do Alice in Chains, que acho fantástico, mas daí tiro um pouco o objetivo dessa brincadeira, já que a opção por coletânia, alguns ao vivo e acústicos é mais fácil de escolher.

Não posso deixar de lado um dos melhores vocalistas de metal que se tem idéia. Black Sabbath com Dio no disco Heaven and Hell. Numa outra linha mais sombria, levaria também o melhor disco do JOY DIVISION, Closer. Para as noites de tédio e chuvosas.

Tenho ainda duas opções. Um dos discos que eu levaria pode ser desconhecido para maioria das pessoas, mas para aquelas que conhecem um pouco de rock progressivo, principalmente feito no Brasil, a escolha não será nenhuma surpresa. VIOLETA DE OUTONO com o disco Ilhas. Muito bem produzido, músicas de bom gosto, leves e interessantes. Eu poderia escolher uma porção de coisas nacionais, muito mais conhecidas. Todavia, depois de uma fase que passei, onde escutei muita música nacional, parece que qualquer coisa que eu levasse me enjoaria numa Segunda passagem. 

O RAPPA e HOJERIZAH são os dois grupos que entram na briga final pelo único espaço na mochila. LadoBLadoA é um dos melhores discos brasileiros de todos os tempos. Levaria com certeza para uma ilha deserta. Acontece que ele entra no mesmo exemplo anterior, já que escutei tanto esse disco que é bem capaz que ele fique encostado em algum lugar da cabana. Assim o meu escolhido mesmo é Hojerizah.


Lista dos dez que eu levaria:

LED ZEPPELIN - Houses Of The Holy
BEATLES - Abbey Road
PINK FLOYD - Dark side of The Moon 
PINK FLOYD - The Wall
IRON MAIDEN - Seventh Son of a Seventh Son.
PEARL JAM - VS. 
BLACK SABBATH - Heaven and Hell
JOY DIVISION - Closer.
VIOLETA DE OUTONO – Ilhas
HOJERIZAH - Hojerizah.


Logo mais estarei colocando a lista dos amigos que participaram da “pesquisa”.....

sexta-feira, outubro 24, 2008

AO COVARDE

Não durmo, apenas olho
Cansado para tudo isso.
Não quero remover nada
Nem diluir, nem transferir
Nem diminuir o que sinto.
Quero a vida assim, imune.
Sem passos e sem decisões.
Sou apenas um covarde,
Que herdará o mundo arruinado.
Lutando como covarde,
Apaixonando-me como covarde.
Quem sabe até lutando
Como covarde.

Covardes são pessoas interessantes
Sempre tão imperfeitos e incompletos.


Não como, apenas sonho.
Cansado de tudo isso.
Não quero decifrar nada,
nem ficar imune tantas vezes.
Quero uma ferida, uma doença
que me diminua, transfira-me
dos passos indecisos à decisão.
Sou só um covarde,
Apenas me entenda.
Que a luta inútil
E como paixão inútil.
Quem sabe duas heranças
Dos covardes

Covardes são sempre imperfeitos.
Na fraqueza, completos.
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Cartas ao Vento 015

Não quero ser nada. Nunca deveria querer ser alguma coisa, pois me parece algo injusto e indecifrável, ser alguma coisa. Ser nada é tão libertador que mal podemos pensar nele como coisa impossível. Mais certo do que ser alguma coisa, boa ou ruim, é saber que podemos não ser nada. Instantes quase perfeitos, nessa nossa perfeição do vazio absoluto. O que mais querer da vida do que a extrema-unção dos nossos pecados e da ruína da nossa ansiedade futura? O nada é único lugar onde o que acontece já nasce sem acontecer. A história sensata da mesma água do rio nunca mais bater no joelho. Que coisa absurda, corromper a verdade do nada.

Não quero ser nada, isso ninguém me impede.

Para se ser tudo há sempre uma pedra no caminho. Um conselho sem desejo, uma esperança mal sucedida e uma rivalidade atormentadora. Quem escolhe ser tudo luta contra a frivolidade do tempo, querendo ganhar mais do que o merecido, comer mais do que a fome. O princípio do pecado, dessa nossa queda tão desastrosa ao inferno de nossos dias, é a maldita condição imposta de sermos tudo.

Minha felicidade começou quando percebi que não queria ser nada, tornando-me assim, tão indeterminado. Infinito.

Não sendo, não limito. Libertando-me.

quarta-feira, outubro 15, 2008

Cartas ao Vento 14

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Cheguei a duvidar dessas cartas como fonte de pesquisa sobre minha personalidade de escritor. A incerteza maior estava numa conta matemática, pois transformava toda a história num conjunto de valores desproporcionais, entre ficção e realidade. No final das contas, um cálculo irracional, tentava explicar se naquela escrita existia algo de mim ou não, e em que quantidade.

Não vou enganá-los. Sempre achei que a contagem do real nas cartas era sempre menor do que a porção de fingimento. “O poeta é um fingidor”. Escritores também. Também dissimulam, conforme Shakespeare, os loucos e os amorosos. Minha imaginação tem mais poesia do que amor, mais questão do que respostas. Portanto, minhas cartas têm mais filosofia do que encanto (não que não haja encanto na filosofia).

Os perigos da escrita não são facilmente dissolvidos em meia dúzia de cartas.

Relendo todas as cartas, percebi uma coisa interessante, talvez fossem drásticas; no entanto não é coisa nenhuma. E é uma realidade minha crítica em relação a mim, que sempre coloco na ponta extrema de inutilidade qualquer que seja meu pensamento. Talvez paliativo pessimista, que sempre me atraiu desde pequeno. Mas com razão, nada nelas advertem ou divertem.

Assim, essa carta que chega num número não muito expressivo, numérico. Torne-se ainda menor se a expressão for qualitativa, como se não existisse e nada de novo trouxesse.
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sexta-feira, outubro 10, 2008

Inútil

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Não tenho ninguém para dividir o poema.
Talvez um desconhecido qualquer.
Mas não é a mesma coisa.
Alguém que reflita, pense; relute.
Preciso de alguém para dividir o poema:
Nas angústias, no medo e na incerteza.
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Não tenho ninguém, mas ninguém me falta.
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O poema, que virá qualquer hora,
será poema in albis, negro.
Que passará sem nada dizer,
Sem nada sentir; inamável.
Que ninguém quererá dividir.
Nem pesquisar, nem refletir.
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Tenho palavras, mas algumas me faltam.
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Palavras nos novos poemas,
Que construirei sem vontade,
Sem desejo nenhum de compartilhar,
De revelar, decidir, informar.
Poemas com palavras frias, pobres
Com construções inúteis.
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Tenho poema, mas é como se não tivesse.
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Cartas ao Vento 013

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Neste instante o telefone não precisa tocar. Não quero ouvir ninguém me chamando para dizer qualquer coisa desinteressante do cotidiano. Já me basta eu mesmo, na minha inútil percepção de ser humano. Não quero nenhuma carta, nenhuma escrita. Não quero que me reconheçam na rua, com sorrisos simpáticos. Eu estou de ressaca. Uma indisposição indefinida. Essa sensação de que o mundo em guerra não seria uma tragédia, mas um favor. Não preciso ouvir rádio, nem televisão. Hoje não preciso ouvir nada.
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Mesmo assim não quero o silêncio.
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Quero que me perguntem como eu ando, se a dor de dente melhorou. Pior coisa no mundo é a dor de dente. Sinto-me impotente, sem forças e sem coragem, quando a repugnância da dor de dente me atinge do meio do nada. Não há remédio para dente, só arrancá-lo com violência; com ajuda de alicate ou um murro no meio da boca.
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Assim como estou aborrecido com esse telefone que toca, estou também pelo dente que está doendo.
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Talvez curiosos otimistas me digam que o importante é ter dente, igual a importância de estar vivo. Mas eles saberiam pouco sobre o que anda na minha cabeça nesse momento. Quem sabe escute um pouco mais os pessimistas, que diriam que o dente está doendo e que é bem rápido toda angústia se espelhar pela boca inteira. Diria o pessimista que se a vida está uma droga, ela tende a piorar.
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Não me liguem, otimistas. Hoje eu só quero a verdade. E neste instante, o telefone não precisa tocar.
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Pessimistas nunca preferem sempre esperar.
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terça-feira, outubro 07, 2008

Futuro

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De hoje, amanhã um novo dia.
Amanhã novos rumos, transpiro.
Inovarei o amanhã, hoje.
Quero mais palavras, nos mesmos gestos.
Um novo poema, hoje para amanhã.
Esse futuro incerto, hoje será amanhã.
Vou começar agora, esse hoje tão confuso.
Amanhã será mais claro, no recomeço.
De hoje, não quero mais nada,
além do que hoje pode representar, amanhã.
E se hoje faltam palavras, amanhã transborda.
Hoje a paixão, amanhã o esquecimento.
A ilusão, a verdade.
A fome que modifica, a tônica.
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De hoje eu não passo.
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De hoje, começo a contar, amanhã.
E escrever sobre os humanos,
Sobre os bichos extintos,
Sobre os sentimentos imperfeitos,
Sob você.
Um novo poema, amanhã, nascerá.
Da desilusão, a verdade.
Nesse recomeço, hoje o esquecimento.
E o futuro, que ninguém conhece,
ficará claro hoje, pelo amanhã.
E a luta do tempo vai representar,
o que as palavras faltam no poema.
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De hoje não passa.
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PERGAMO, pg.04
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Iremos aprender com a crise?


A crise mundial continua. Ninguém sabe quando e como irá acabar. Também existe certa discordância em relação ao tamanho da gravidade, já que alguns dizem que o negócio é feio, outros dizem que é horrível. Diferente da questão estética, a economia precisa de uma análise teórica. Afinal sabemos os impactos dessa nova crise mundial em nosso cotidiano? As medidas tomadas pelo governo americano serão suficientes para colocar o mundo novamente no eixo? O que representará a crise em nossa vida?

No meio da turbulência o presidente Lula continua aparentando uma calma que chega a beirar tranqüilidade. De duas uma: ou ele realmente está dissimulando ou está recebendo informações erradas de sua equipe econômica. O cara mostrou ser muito consciente em relação às suas declarações, principalmente em relação a economia. Por isso concordo com ele quando diz que está tudo bem, que estamos fortes e etc. Só não concordo quando ele acredita no que está dizendo. Daí o negócio fica complicado.

O estopim da economia pode variar de uma coisa acreditável, como a quebra de um banco; ou num factóide qualquer, como uma declaração mal dada de alguma personalidade pública (considero várias pessoas no item personalidade pública). Lula não quer dar elementos para que a crise aumente ainda mais, e talvez por isso suas declarações sejam tão otimistas. Melhor ainda, vai ver que ele tem elementos para dizer que seremos afetados pela crise, mas numa proporção quase imperceptível. Acabo de ficar tranqüilo, oras.

Além da fronteira, alguns notáveis pensadores e formadores de opinião parecem fugir do negativismo dos últimos dias. Vai ver que os economistas são como psicólogos: sempre existe um problema, por mais escondido que esteja. Talvez por isso o Papa tenha se pronunciado, revelando que a busca pelo dinheiro é uma ilusão. Lula também disse que o problema da ganância faz parte da crise. Todos eles estão certos: Papa, Lula, economistas e investidores. Só os psicólogos ainda não se manifestaram.

E se continuarmos com o jogo de especulação em relação ao resultado da crise. Aposto que irá aparecer alguém achando que tudo isso faz parte daquelas “mensagens” do fim dos tempos. Não me imagino sendo capturado por extraterrestres, nem vendo uma guerra mundial acontecendo. Mas se pensarmos bem, vamos ver que o mundo estava mesmo perdido e não é somente por causa da crise de agora, mas por inúmeros motivos complexos. O pecado capital com Lula e o Papa têm se transformado num capital de pecado. Onde a busca frenética pelo dinheiro fez com o mundo se transformasse nessa interrogação gigantesca em relação ao que temos e o que somos. Marx acertou?

Iremos aprender com a crise, por bem ou por mal. Só a história irá dizer o resultado para os sobreviventes. E se mantermos a calma, mesmo com tanto tumulto, talvez consigamos rir dos acontecimentos como se fosse uma brincadeira de criança. Não há sentido figurado para a crise, mas cairia bem pensar que tudo isso é um divertimento inofensivo com efeitos mais inofensivos ainda.

Afinal, Papa e o Lula não estariam tão errados em colocar transcendência numa questão tão material.


domingo, outubro 05, 2008

Quem precisa saber?

Quem precisa saber?

[Que som não sai da cabeça] – Tell me Why (Genesis)
[Que roupa no corpo] – Esporte
[Livro que não terminei ainda] – Nada
[CD] - Genesis
[DVD] – Império dos Sonhos
[Bebida na geladeira] – Suco Morango
[Comida que faz falta] - Feijoada
[Que papo cabeça] – Política
[Onde pretendo ser Infantil ] – Ouvindo música
[O quê é Difícil ] – Segunda até sexta
[ Minha maior Bagunça] – Livros
[Melhores coisas para hoje] – Votar, deitar e dormir..
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Vida de Crítico

Fui me meter nesse negócio de crítica: filme, disco; livros. Qualquer coisa que eu pudesse opinar. Escrevi sobre uma banda australiana, antiga; THE CHURCH. Achei horrível o texto. Gosto de música, é verdade; mas não dá para pensar em comentar. Tenho palavras, mas o conhecimento técnico falta, e muito. Deixei de pensar nisso. Ai veio um filme chamado IMPÉRIO DOS SONHOS (minha dica no Jogando Bafo). Como falar de filme? Posso gostar, ter uma certa noção se o filme é bom, ruim ou péssimo. Mas do mesmo jeito, falta-me conhecimento técnico para julgar. Então, pela terceira vez na minha vida, desisto de ser crítico de alguma coisa. Pode ser um dia desses, quem sabe......

Livros? Falei sobre um em algum post passado.
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