sexta-feira, maio 25, 2007

Um desespero

>.

Há um desespero em mim.
Solitário,confuso e desaprovador.
É um desespero irreconhecível,
não sei lidar com ele, nem recusá-lo
Ele chega, habita e domina.

Quer que eu fique parado olhando as folhas
irem e virem. Outono, inverno, verão;
primavera é alegre; não interessa jamais.
O desespero chega, ridiculariza e possui.

Eu tenho essa sensação que nada acontece,
as horas vão passando, e eu não sinto nada.
É horrível não sentir nada, presenciar a perda
de tempo, de saúde, de inveja e de paixão.

Olho pelo buraco da fechadura, é um quarto escuro;
estou preso, esse quarto que abriga minha alma.
Não há silêncio, barulho ou dor; não há nada.
Apenas um desespero habitado em mim.
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(Farelice Non Sense, pg. 43 - Sérgio Oliveira, 2005)
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Nota: Estou repetindo esse poema, postado no antigo blog, pois ele se tornou atual em minha vida. Quem já viu e gostou, boa oportunidade de rever. Quem está lendo pela primeira vez, espero que goste.
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