quarta-feira, maio 30, 2007

Carta ao Vento 003

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Por onde anda o poeta? O quê pensa da vida e aonde quer chegar com seus textos? O poema não tem o mesmo objetivo de antigamente? Poetas sumiram, apesar de serem muitos. Com suas construções sérias, objetivas e para reflexão. Poemas de monte, em todos os cantos. Todos iguais, sem quilate. Poeta não é igual poema, é igual filósofo e filosofia. Poeta não pode ser sério, nem altruísta. Não precisa se comportar através dos outros, mas para ele mesmo. Não pode se repetir nas palavras, mas pode ser sempre o mesmo. Poeta mesmo é aquele que não nos traz a verdade, mas nos faz pensar e sentir alguma coisa. Poeta é aquele sujeito que se ferra sempre, que se apaixona, que mata; que se arrepende. Quem tem poder de cura. Pedra, para o poeta, é coisa. Coisa é tudo, infinitamente. Olha a chuva, e não vê apenas chuva. Mas o dia frio, a garota que sofre por um amor do passado e as naves chegando para salvar a raça humana. Poeta acredita no ser humano, relativamente.

Querem mortos os poetas? Pé no chão é a morte para todos eles. A cova profunda dos poetas é a falta de essência. Morte para todos eles é a inconseqüência das coisas. Afinal, perdemos a capacidade de admirar as coisas?

O silêncio dele mesmo, também suicida um pouco.



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