terça-feira, maio 22, 2007

Amanhã depois de ontem

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De manhã, depois de ontem e hoje,
o dia vai passar tranqüilo.
Vai ser tudo igual, mas não ligo
nem quero ligar pelo que veio;
nem me interessar pelo que vai vir.
O dia, se todos iguais, duvido.
Ontem é o começo de amanhã,
pois hoje não quero, nem vejo
e preciso dizer que já velho.
O dia de ontem, que enriquece amanhã,
sobreviveu hoje e sempre será eterno.
Hoje é o ontem que precisa o amanhã.
Hoje não veio, e se vier; já tarde:

Foi embora com tantos outros dias que
não podem representar absolutamente nada.

Amanhã e o recomeço do término de ontem.
Hoje é o dia que eu pulo, que quebro,
que risco, arrisco dizer que era.
É o dia indeciso, de dizer bobagens e sentir
piedade e mais tarde se esquecer de tudo.
Um dia que mal começa, peca ainda no final.
Um dia enclausurado, de sono e preguiça irritante.
Um dia de frio que não tem argumentos:
Sem desejo qualquer um sucumbe, padece.

Amanhã de manhã, depois de agora;
quero um dia mais tranqüilo.





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