terça-feira, maio 15, 2007

Manhã de Quarta

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Manhã noturna, abre-se em mim
um horizonte negro.
O corpo reluta, numa batalha
pela inércia dos dias.
A vida procura sentindo, entre
escombros de mágoa.
Move-se ao relento e encontra,
em desatino, soberbo sol.
Quer de mim alguma coisa?
Que posso fazer dessa alma inútil?
Volto ao desejo da inconsciência.
Que possuo? Tenho em mim
o relógio do tempo?
Não durmo tranqüilo, mas
vivo em piores dias, ainda.
Chega a rigorosa Lua,
e em prantos decide pela cura.
E você? Quer também alguma coisa?
A noite noturna se abre.
Já não é mais horizonte nenhum.
Que posso fazer da alma inútil?
Tenho em mim o gosto das coisas?
A Lua concorda comigo, pois
só reflete o quê o Sol pode oferecer.
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