segunda-feira, julho 02, 2007

Camisa 10 é um número?

.
.
.
.
Segundo jogo da seleção. Uma única modificação, Anderson no lugar de Diego. Diego não teve sorte, essa é a única resposta que podemos acreditar por ele não ser titular. Desde que Dunga virou técnico, Diego sempre entra como opção no segundo tempo, ou no final do jogo. Arrebenta, joga, se movimenta, marca. No primeiro jogo que começa como titular, bem, não teve sorte. A mudança dá esperança, pois foi com a entrada de Anderson no segundo tempo contra o México, que o time ficou mais forte. Bom, não é que se espera, o time continua sem jogada, sem entrosamento e sem grande poder no ataque.
.
Parte desse problema poderia ser resolvido com um meia mais criativo, coisa que não temos na Venezuela. Como disse no outro artigo, o negócio está realmente complicado. Riquelme é o grande nome da Argentina, mostra-se um meia habilidoso e de grande criatividade. O Brasil poderia contar com Kaká nessa função, mas também não é sua praia. Ronaldinho Gaúcho também sucumbiu quando precisou ser meia de ligação. A pergunta na cabeça do Dunga é a mesma de vários torcedores: quem é esse craque? Que jogador poderá ser a peça fundamental de um time campeão?
.
Os meias sempre tiveram papel importante em qualquer seleção. O Brasil contou com vários deles, sempre brilhantes. Onde estão esses jogadores? Nossa escola não consegue mais criar esse tipo de jogador? Cadê o nosso camisa 10? Deve ter se perdido em algum lugar da história, pois atualmente não conseguimos encontrar nenhum deles. A seleção brasileira não tem esse camisa 10, e o que melhor pode fazer essa função, é o Diego. Talvez o único jogador com essas características de ligação, com habilidade e com criatividade. O que falta para Diego? Que o resto também funcione.
.
Julio Batista também não é uma grata surpresa na seleção, mas jogou bem quando entrou. Robinho continua sendo o jogador mais criativo, e o único que tem se destacado na Copa América. Não podia ser diferente, pois ele realmente sabe jogar bola. O problema é que a seleção anda mal das pernas, o que acaba fazendo de Robinho uma peça isolada, tentando fazer sozinho a máquina funcionar. Quando brilha, faz três como no Chile. Quando emperra, ninguém mais anda.
.
Já que não temos como destacar ainda uma participação do ataque brasileiro, melhor mesmo é falar da dupla de volantes. Josué entrou no segundo tempo, revivendo uma das maiores duplas do futebol brasileiro dos últimos anos. Não é que a seleção ganhou o meio de campo. Josué faz a cobertura de Mineiro, Mineiro cobre Josué. Um tipo de manobra que leva tempo para se aprender no futebol, precisa de tempo, conhecimento e vontade. Josué roubou a bola no segundo gol de Robinho, e a bola no terceiro gol. Ninguém percebe, pois trata-se de volante, quieto e muito discreto. Mas é lutador, obediente taticamente. Deve ser titular junto com Mineiro.
.
O próximo jogo é contra o Equador. A mudança certa é a entrada de Daniel. Equador não vem mostrando um bom futebol, espera-se vitória do Brasil com maior facilidade. Mas, melhor do que vitória, é a apresentação de um futebol mais convincente, coisa que não aconteceu até agora. Talvez pelos meias, talvez pelo entrosamento, talvez pela treinamento. E no meio de tanto “talvez”, talvez o Brasil jogue um bom futebol; quem sabe chegando às finais, Ignore de uma vez por todas o “se” Ronaldinho, “se” Kaká, “se” um meia existisse.
.
.
.
.

Nenhum comentário: