segunda-feira, julho 23, 2007

Um Estalo

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Meus olhos não cansam: Talvez
eu desabe qualquer dia desses,
mutilado, desiludido e rejeitado.
Visto teu corpo, tantas de você;
não vendo, nem imploro; sujo.
Epiderme, os ossos; tudo tão igual:
Os cabelos, lisos; e os nervos, soltos.
Nada mais posso te responder,
de tua pergunta que não existe.
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Nas mãos, nuas; formas que evito.
Ou quer não me dizer nada, revela-se
Jogue conversa pela janela, arrependa-se
Pelo tempo e pelo ralo; num estalo
dizer tua vida como parte da minha.
Entenderá meu sofrimento? Não.
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Sequer sonhe, eu desejo.
Boca, nuca; um perfume tão indolente.
Teu beijo; mastigando e engolindo.
e digerindo, desfabuloso e cruel.
Beijo ridículo, mentiroso e disperso:
Endotérmico, exotérmico, frio de novo.
Não olha, nem despreza; ignora.
Conforta-me e concede vulnerável,
armas que nem percebe, e escudos destroçados:
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Faltam-me injúrias, mas guardo escarmento.
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Arranque, então, meus olhos, para que
olhando-me; desconheça.
Ignore meu apelo; para que mandando-te;
desobedeça.
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