terça-feira, outubro 07, 2008

Iremos aprender com a crise?


A crise mundial continua. Ninguém sabe quando e como irá acabar. Também existe certa discordância em relação ao tamanho da gravidade, já que alguns dizem que o negócio é feio, outros dizem que é horrível. Diferente da questão estética, a economia precisa de uma análise teórica. Afinal sabemos os impactos dessa nova crise mundial em nosso cotidiano? As medidas tomadas pelo governo americano serão suficientes para colocar o mundo novamente no eixo? O que representará a crise em nossa vida?

No meio da turbulência o presidente Lula continua aparentando uma calma que chega a beirar tranqüilidade. De duas uma: ou ele realmente está dissimulando ou está recebendo informações erradas de sua equipe econômica. O cara mostrou ser muito consciente em relação às suas declarações, principalmente em relação a economia. Por isso concordo com ele quando diz que está tudo bem, que estamos fortes e etc. Só não concordo quando ele acredita no que está dizendo. Daí o negócio fica complicado.

O estopim da economia pode variar de uma coisa acreditável, como a quebra de um banco; ou num factóide qualquer, como uma declaração mal dada de alguma personalidade pública (considero várias pessoas no item personalidade pública). Lula não quer dar elementos para que a crise aumente ainda mais, e talvez por isso suas declarações sejam tão otimistas. Melhor ainda, vai ver que ele tem elementos para dizer que seremos afetados pela crise, mas numa proporção quase imperceptível. Acabo de ficar tranqüilo, oras.

Além da fronteira, alguns notáveis pensadores e formadores de opinião parecem fugir do negativismo dos últimos dias. Vai ver que os economistas são como psicólogos: sempre existe um problema, por mais escondido que esteja. Talvez por isso o Papa tenha se pronunciado, revelando que a busca pelo dinheiro é uma ilusão. Lula também disse que o problema da ganância faz parte da crise. Todos eles estão certos: Papa, Lula, economistas e investidores. Só os psicólogos ainda não se manifestaram.

E se continuarmos com o jogo de especulação em relação ao resultado da crise. Aposto que irá aparecer alguém achando que tudo isso faz parte daquelas “mensagens” do fim dos tempos. Não me imagino sendo capturado por extraterrestres, nem vendo uma guerra mundial acontecendo. Mas se pensarmos bem, vamos ver que o mundo estava mesmo perdido e não é somente por causa da crise de agora, mas por inúmeros motivos complexos. O pecado capital com Lula e o Papa têm se transformado num capital de pecado. Onde a busca frenética pelo dinheiro fez com o mundo se transformasse nessa interrogação gigantesca em relação ao que temos e o que somos. Marx acertou?

Iremos aprender com a crise, por bem ou por mal. Só a história irá dizer o resultado para os sobreviventes. E se mantermos a calma, mesmo com tanto tumulto, talvez consigamos rir dos acontecimentos como se fosse uma brincadeira de criança. Não há sentido figurado para a crise, mas cairia bem pensar que tudo isso é um divertimento inofensivo com efeitos mais inofensivos ainda.

Afinal, Papa e o Lula não estariam tão errados em colocar transcendência numa questão tão material.


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