sábado, abril 26, 2008

Zica?

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Enguiço. Não tem como não comentar o fato do padroeiro do time cair de cabeça no chão. Dizem que dá azar santo espedaçado, correram para arrumar outro do mesmo tamanho e do mesmo estilo. São Jorge fez aniversário no dia vinte e três. Torcedores, diretores e espiritualistas de todos os lados compareceram à cerimônia. Carregam o santo por um manto preto e branco. Era alegria, mas deu jetatura. Que fase, dizem os mais temerosos. O ano será difícil reclama um pai-de-santo. Futebol e crendice sempre deram as mãos, religião sempre entra nos vestiários, onde orações e superstições se entrelaçam.
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Não deve ser coisa boa mesmo o que aconteceu na festa do santo protetor do Corinthians. Caipora, azar; uma tremenda urucubaca. Vamos pensar o seguinte: ou tudo vai melhorar de agora em diante ou os corinthianos terão mais um ano de infelicidade. Não há lógica, apenas improviso. O time pode decolar, porque no futebol tudo é tão provável. A má sorte pode ir embora por um fato que todos pensavam ser tanglomanglo. Era dia de festa, mas todos desesperados vendo os pedaços da imagem quebrada.
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Nem vou entrar na questão da crença, além de achar um desrespeito com quem crê, também é falta de educação para quem duvida. Fé é assim mesmo, e por isso que anda tão próxima ao futebol. Não dá para discutir, fazer ponderações lógicas ou criar expectativas no futuro. Futuro somente a Deus pertence, e parece verossímil que Ele anda ocupado com coisas mais importantes do que um simples jogo de futebol.
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Não posso nem fazer referência ao outro significado do caiporismo, já que o termo é macaca. Só de soletrar a palavra, num texto tão infortunado, pode-se prejudicar de antemão a Ponte Preta. Três vezes na madeira, sem pestanejar. Já basta o Corinthians azarado, querem também acabar com o time campineiro. Corinthianos, uni-vos! Nem liguem a televisão no domingo, um grito qualquer de gol da Ponte (se houver) será o bastante para decretar o Palmeiras campeão.
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Cafifa virou apelido dos torcedores corinthianos. Alcunha de pé-frio. Vão ser azarados assim no Parque São Jorge! E o coitado caiu, por descuido de alguém que carregava a imagem. O sal grosso no chão deve ter atrapalhado tudo, uns mais céticos afirmavam. Não duvido que no meio desse angu tenha um porco. Esse pessoal anda tirando lágrima à força. E não duvidem que tudo isso seja uma verdade: santo ajudando, azar de ter caído, palmerense puxando o tapete. Em todas as fatalidades a desculpa mais provável é aquela que nunca iríamos imaginar.
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Vamos ser otimistas: São Jorge no chão foi reposto e outra imagem colocada no lugar. O sal grosso limpou até as manchas da antiga diretoria. Não havia palmerense infiltrado na festa, nem carne de porco na feijoada. Saopaulino e santistas estão em outros arredores, mais preocupados com seus times do que com o Corinthians. Então, o azar mesmo vai ser a falta de meio time, centroavante; um armador. Falta de pontaria, e isso o pobre santo não pode ajudar. Que curtam a festa, quem é da festa; e reze pelo time, quem é de reza.
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Vou embora quando uma chuva bem fraca começa a cair, mas não era forte o bastante para apagar incensos, velas e fazer sumir o cheiro de defumação. Assim, a resposta para tudo isso pode ser rápida: um milagre ou uma desgraça contra no Goiás.
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Obs.: Eu também não conhecia inúmeras palavras que apareceram no texto. Elas têm relação com azar.
Obs2.: Texto escrito para o blog (onde sou colaborador): http://jogandobafo.blogspot.com
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