quarta-feira, abril 02, 2008

Do sangue ao pó

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O influxo, dos sonhos; sangue
que corre nas nossas veias, cede
aos encantos, e me atormenta;
na vista torta, quando arremate
meu corpo no penhasco, deserto.
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Quebrado, como palavras soltas.
Bato no vento como querendo
sobreviver ao inferno, que no sangue
corre, subindo à cabeça, usando
meus instintos em pensamentos
impróprios.
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O sangue, que anti-horário, filtra
no coração os batimentos loucos.
E volta ao organismo pela ferida
sugando do ar a poça que nasce.
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Se a paixão inversa dá a morte;
a vida também nasce do seu inverso.
E nessa sensação que o corpo irradia:
Voa mesmo que em queda livre, renasce.
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Quem de mim espera melhor quimera?
Que do sangue perdido, coisa alguma;
mas nunca dele a salvação dos dias?
A paixão que me mata merece mesmo,
o respeito da paixão que agora me salva.
Se uma fere até que o sangue escorra;
a outra se nutre do sangue que sobra.
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