terça-feira, junho 26, 2007

Minha Ausência

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Esse poema eu escrevi em 2006, não lembro exatamente em que período da minha história. A única coisa que sei é que ele faz mais sentido agora. Posso compreender o que queria dizer com ausência, e como era se sentir acuado diante de uma situação qualquer que causasse medo. Posso afirmar, portanto, que hoje o poema faz parte de um pouco de minha vida.
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MINHA AUSÊNCIA
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Eu quero estar bem longe,
acabado, danificado, enclausurado.
Uma bomba qualquer me partindo ao meio.
Um arrepio de medo,
um sentimento ruim de perda.
Qualquer assunto que me deixe
incomodado.
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Por tudo isso estarei longe.
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Visitem minha ausência,
como quem se depara com uma cova
vazia, sem flores, mal acabada.
Pois há lá fora alguma coisa.
Não tem forma, não tem cores;
sua voz sai suave, mas potente.
Toda hora me chama.
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Por ela estarei longe.
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(E pretendo não me arrepender disso)
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- Contemplação dos Fracos, pg.29-
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