quarta-feira, abril 25, 2007

PAC da Educação

Governo Federal vai liberar mais dinheiro para a educação. Não me lembro em minha fase política, que começou há dez anos pelo menos, de ouvir uma história como essa. Governo liberando mais recursos para educação? Só pode ser história da carochinha. Mas é verdade, é melhor ainda, parece que o plano de recuperação do ensino é um dos melhores dos últimos anos. Está bem, estou exagerando; admito que li pouco sobre a nova proposta do governo, e sei apenas pelas críticas de comentaristas, que pessoas sérias e conhecedoras da economia e política nacional, receberam toda minha credibilidade.

Diz o novo plano, que também foi batizado de PAC, que haverá um reestrutura na liberação de recursos, criação de medidas de avaliação de desempenho do ensino fundamental e projeto de melhorias profissionais para os professores. Na questão dos recursos federais, tínhamos no passado o seguinte critério: quanto maior dificuldade da região em implantar um sistema forte de educação, maior era o recurso. Ou seja, desde que fosse falho, corrupto, incapaz, desorganizado e ineficiente, maior era a premiação do governo.

O governo agora quer fortalecer os melhores e exigir maior trabalho para os piores. Assim, quanto maior for o desempenho de determinada região, quanto maior for o esforço em se ensinar, maior organização e aproveitamento dos recursos; mais eles sairão vitoriosos. Os piores precisam trabalhar primeiro, para ganhar depois. Portanto, acaba o sossego dos administradores de ensino em regiões críticas, pois não receberão mais dinheiro algum do governo sem fazer esforço. Considero, portanto, a melhor medida essa inversão papéis, o pior precisa melhorar e o melhor recebe o troféu.É claro que isso tudo é ótimo no papel.

Não é difícil encontrar pedagogos, educadores e pessoas ligadas à área de ensino dizendo que o Brasil está tão perdido em matéria de educação que, qualquer idéia que surja para mudar a estrutura atual, será vista com bons olhos. Para esse novo projeto, todos são unânimes em afirmar que, por melhor que seja; apenas servirá para corrigir algumas injustiças no repasse de recurso, criando um inocente critério na avaliação de estudantes e fortalecendo timidamente a formação dos professores.

O risco econômico no futuro está no aprimoramento da educação, basta olhar exemplos práticos dos países asiáticos que cresceram muito nas últimas décadas; pois enfrentaram o problema da educação de forma séria e vigorosa. Eles foram capazes de revolucionar o ensino utilizando-se da decisão política como se fosse de um ditador; com critérios dos diplomados, a pretensão dos visionários e a força do povo. Não dá para arrumar um país apenas por decreto, sem a participação daqueles que vivem o problema.

Exatamente por isso considero que o plano de recuperação de ensino, que o governo está contando para os ventos como uma coisa inovadora; apenas como uma proposta de melhoria, mas não de revolução. E parece que nossos governantes estão ficando especializados nesse negócio, pois fizeram há pouco tempo a mesma coisa com o PAC da economia, que significava coisa nenhuma.

Os meios de comunicação não poderiam tratar melhor esse projeto, ignorando-o. Uma notícia aqui, outra acolá. Mas nada de botar duas horas e meia alguém na televisão explicando, criticando ou apoiando o PAC da educação. Ele merece apenas o mediano, como qualquer outra medida séria do governo que seja tão diminuta. Agora, a questão da educação merece maior respeito, principalmente daqueles que sabem como motivá-la. Não é apenas uma questão política, mas de cidadania. O povo é quem coincide a história, e por isso ele não deve continuar despreparado por muito tempo.

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