quarta-feira, abril 25, 2007

Carta Qualquer

Chegará qualquer dia, uma carta.
Escreverei com olhos para o infinto.
Lá esconderei mistério, e coisas que
quero não dizer, dizendo.
Não se perca, ao ler minha carta.
Nela, larva andará pelas palavras
transformando-se em água potável.
Ela não será em vão, minha carta.
Poesia virará poema, e os sonhos
continuarão onde nunca deveriam.
Os beijos, como serão os beijos?
Em minha carta, que não carregará
nenhum perfume, remetente ou destinatário.

Todas minhas cartas poderiam ser inúteis.

Chegará quase dizendo nada,
nem que verdade ou mentira.
Na medida certa, dirá apenas
o quê desejam tanto ouvir.
Ela não será não, essa minha carta,
para beijos, sonhos e destino.
Mas cairão na armadilha, como
quase todos já caíram até agora,
quando acreditarem que ela diz tudo
que um dia senti de verdade.

Todas minhas cartas são quase inúteis para mim.







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