sexta-feira, novembro 14, 2008

Ressurreição

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Impiedoso, vento; escuro.
Escuridão nunca chega sozinha.
Carrega os azares do mundo,
das mortes silenciosas nos ouvidos.
Pedindo socorro.
Quem quer falar dos mortos,
pensa nos mortos, vive nos mortos.
Mortos seriam tão indefesos,
como a noite escura e o vento.
Sinto-me assim, como eles todos.
Uma brasa que queima os pés,
No inferno dos dias tristes
E asas batendo soltas, 
Nos ares do céu, alegres.
Mas não sou nenhum deles;
Portanto, nem choro nem vela.
Sou apenas um pedaço de terra
Que se move, do pó; cinzas.
Movediça.
Queimariam minha pele, 
Excluindo tantas lembranças?
Que lembranças carrego do azar
Do que um corte no supercílio
Ou no coração um membro inchado?
Não sinto as pernas, os braços cansados.
Os mortos que procuram a carne,
Querem reviver onde foram derrotados.
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Um comentário:

Rynaldo Papoy disse...

Olha o Heavy poeta aí de novo, e desta vez como um poema que lembra alguma canção do Iron Maiden. Muito bom.