quinta-feira, março 13, 2008

BBB ESPELHA O MUNDO?

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Não curto muito a onda dos programas como Big Brother. Por mais que afirmem ser um programa que trata a realidade, lá existe muito pouco do mundo real. Seria ótimo um desses programas abordarem a vida diária de trabalhadores, quem sabe vigiar os usuários de cartões corporativos ou mesmo a vida do pessoal que costuma pegar a CPTM ou qualquer outro metrô superlotado das grandes capitais. Bom, mas vejamos o que esse BBB8 pode ter trazido de original:
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Sabe-se que parte dos espectadores querem mesmo é ver uma boa sacanagem. Se não for explícito, que pelo menos toque no assunto; faça refletir a vida sexual (tudo bem, reflexão não é a coisa mais indicada para quem assiste a esse tipo de programa). E nesse ponto, esse último BBB tem umas coisas interessantes, e digamos diferentes do que vimos e ouvimos das outras edições: mulheres andam comandando o negócio.
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A figura central disso tudo é uma gaúcha, que manda em alto e bom som, tudo ou quase tudo que sente em relação ao sexo. A discussão sobre sexo anal passou a ser consultado no divã eletrônico, por jovens e adultos que se sentem inibidos de discutir tal questão com companheiros e companheiras. Vamos dizer que a garota passou a ser a Marta Suplicy atual. Uma quebrou o tabu ao falar de sexo na tv, nos anos 80; a outra está quebrando tabu na forma como se fala de sexo.” Carinho a gente recebe de pai e mãe, homem tem de dar é porrada na cama”.
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Do outro lado, o programa mesmo aposta num rapaz “amável” (segundo li em alguns comentários no orkut), “bonzinho”, “educado”, “sincero” e quase honesto. Digo quase honesto porquê ele ainda está passando pela prova de fogo, que é manter-se fiel mesmo num confinamento e diante de várias belas opções. Qual a relação que isso tem com honestidade? Bom, diante de tantas armações, provas que colocam qualquer intenção de sobrevivência na ponta do lápis, diante de tantas “brigas” e “mentiras”, possivelmente o público tenha definido como única característica salutar para seus participantes: a fidelidade.
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Batem de frente a garota que discute sexo anal e o rapaz que toma banho frio para não cair na tentação da infidelidade. Para quem estamos apostando? Sexo ou amor? É uma dicotomia? Marmanjos torcem para que a garota perca mesmo as estribeiras. Ao mesmo, tempo que adolescentes sonhadoras começam a torcer pelo rapaz, pois assim salvarão seu resto de vida e poderão confrontar-se com os mais velhos (que sempre dizem que os homens não prestam), e dizer que o mundo ainda tem salvação.
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Mas ai eu fico pensando: se a garota relaxar, descobrir que pode sim descobrir um grande amor, todo esse papo sonhador. Se de repente ela converte-se em uma puritana? Como ficaram os marmanjos com seus sonhos idealizadores machistas? Tenho mais pena das garotas, caso o rapaz caia na tentação de alguma beldade, deixando a namorada do lado de fora, se sentindo traída diante de milhares de espectadores. Seria o fim do último homem fiel da face da Terra! Os sonhos se desfazendo sem nenhuma explicação lógica.
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Falta de lógica mesmo, é alguém achar que aquele pessoal vai ditar o comportamento da humanidade.
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