domingo, abril 19, 2020

ROBÔS E MENTECAPTOS NÃO LIGAM PARA VIDA HUMANA


O isolamento social ainda é uma ficção para o brasileiro. O povão, na geral, assiste a partida como se tivesse um lado para torcer. De um lado pagar as contas, manter o emprego, comprar comida, ou o lanche para o final de semana. Time da Subsistência. Do outro lado, como craque do time, a profilaxia: Lavar as mãos, evitar contato físico, evitar contato no rosto, etc. É tanta coisa que não dá para esquecer, pois somos bombardeados todos os dias com a chance da sobrevivência diante de uma pandemia.

Especialistas no mundo afirmam: sobrecarregar o sistema de saúde é suicídio. Dizem mais: não tem cura. Quer mais um pouco: a única forma de salvar vida hoje é o isolamento social, evitando o aumento dos casos. Todos os países, vamos repetir para não ficar nenhuma dúvida. EUA, meu camarada! Se a merda toda não fosse terrível os americanos ficariam em casa? Se tem gente que gosta de ganhar, e gastar dinheiro, é o americano. E eles, meu amigo, mal sabem quem é o nosso presidente. Itália? Não está preocupado com o Bolsonaro. Espanha? Alemanha? Índia? Japão? Vamos ser sinceros: estão cagando para o Brasil.

É impossível manter todo mundo dentro de casa quando o número de doentes não assusta. Ainda são números no Brasil, nada além disso. Quem se importa com números? Já lidamos bem com as estatísticas e sabemos o tanto que os números podem ser enganosos: inflação, cotação do dólar, rendimento, imposto de renda: vamos ser sinceros, esses números não chegam no nosso dia-a-dia. Queremos saber mesmo de comida no prato.

E os motivos que fazem hoje uma pessoa sair de casa sem se preocupar com  morte pelo coronavírus é duvidar dos números e ter comida no prato. Na balança, um ele sabe o outro ele duvida. São os números, que por motivos econômicos ou políticos, não são confiáveis? O brasileiro acha mesmo que a pandemia não chegou aqui, nem chegará? Não consegue dimensionar o problema social em outros países? A matemática básica que todos devem entender é que morto ou doente não trabalha. A fome é ainda uma questão de oportunidade, dada pelos mais abastados, a morte não dá chance.

Ouvir o barulho dos carros na frente dos hospitais é algo assustadoramente sombrio. É como se numa guerra o patriota torcesse pelo inimigo. Robôs e mentecaptos não tem sentimentos, mas a humanidade tem.Olhar para a chance de sairmos disso tudo e ajeitar as coisas com o tempo é a minha única esperança, pois eu quero pensar que o mundo tem jeito. Não duvidar que a morte pode chegar bem mais rápido que a fome é a única maneira de você ficar em casa hoje.

Mas se não consegue ver além dos números,  eu sinto muito.

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