segunda-feira, abril 27, 2009

Cartas ao vento 023

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Arrumei um inimigo, nessas minhas andanças virtuais. Ele disse que me odeia. Eu não sei de onde ele surgiu, nem sei bem como tudo começou. Só sei que ele não existe de verdade. Mas me odeia. Ele disse mais: que sou preconceituoso, machista e quase um ateu. Falar que eu sou quase um ateu foi fantástico, afinal é o único conceito que eu não sei o significado: acredito mais ou menos em Deus?

Disse a ele que as picuinhas religiosas não fazem parte da minha paixão por literatura, e que, sequer de maneira desinteressada, fiz alguma ofensa a qualquer crença. Só disse que quem crê, não sabe. Mas isso não tem nada haver com religião, mas sim filosofia.

Acreditar não é tão importante quanto saber.

Pois bem, ele não entendeu direito o que eu estava querendo dizer. Que fique assim mesmo: ele acreditando e eu sabendo. Afinal, os inimigos ocultos só podem ser levados a sério quando estão escondidos, maquiados em fantasias desconhecidas; ou mesmo quando são inventados, com medo da própria verdade. Quando eles aparecem, tornando-se verdadeiros, deixam de ser inimigos para virarem nosso opositor.

O milagre do conhecimento, o opositor: pois não há filosofia sem contestação.
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