quinta-feira, junho 12, 2008

Projectile

O menino sentado na pedra,
olhando o espaço tão longe.
Mas sente perto, ele sabe.
Eu, sozinho como ele. Não vejo nada.
Nem as pessoas, nem o mar.
Que movimento das ondas?
Ele é diferente, nós sabemos.
Ele é meu passado distante.
Ontem nós, escutando pessoas;
hoje eu não ouvindo ninguém.
Estou sozinho como nunca.
Ele se acompanhando.

O menino se levanta, a areia corre.
Ele brinca com o vento.
Com a água batendo no tornozelo.
Pensa nos amores, na vida que segue.
O velho continua no mesmo. Insano.
Estamos ambos sozinhos,
mas somos diferentes, sabemos:
Ele acredita no sonho onde eu duvido.

De repente, um som esquisito.
Som que nasce do fogo, de um raio
percorrendo o vácuo dos meus pensamentos
obscuros e irreconhecíveis.

O menino procura a autoria.
O velho morre sabendo o culpado.


.

Nenhum comentário: