terça-feira, junho 14, 2011

Eu silencio (O seu silêncio)

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Amante dócil das frases soltas:
Gosto de ti quando ri, solta.
Gosto mais quando não me ignora.
E me pergunta coisas fáceis,
e diz que é mentira quando absurdo
(mesmo o absurdo sendo verdade).
E repreende minha loucura,
e sorri da minha tristeza,
e me adverte sobre o caminho
(Não me quer louco, triste e perdido).
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Amante inexistente, eu andei pensando
em você muito perto, bem perto.
Vindo pelo corredor, entrando aqui
onde eu gosto de te ver (ler).
Não diria nada.
Também não há nada para dizer.
Talvez uma frase solta, sem sentido.
Nossa vida, ultimamente, tem mesmo
pouco sentido.
Um beijo tímido, outro não.
Iria rir também de ti e suas loucuras.
Viveríamos instantes,
o mínimo é o suficiente, sempre.
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Mas não me venha, amante;
dizer-me coisas indecentes.
Da minha razão pelas coisas,
da minha indecisão sobre a vida,
da minha ansiedade.
Não diga nada, por favor.
Quando não há nada a dizer.
Gosto quando não me ignora,
Amo quando não me condena.
E louco, perdido ou triste,
não importa;
quando sua frase solta,
não diz a nenhuma verdade.
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