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Confesso: vivi.
Não foi fácil, decido sempre.
Um copo na mão, outro na mesa.
E o papel sem nome definido,
Sem planos e sem amor.
Mas, mesmo neste instante, vivo.
E a paisagem mudou.
A janela não é mais a mesma,
E o pingo de chuva que escorre;
Mata aos poucos o tempo.
Mesmo assim, vivi.
E se tenho tanto ainda para confessar,
Farei-o lentamente,
Como revivendo cada instante,
Cada pesadelo e cada alegria.
Uma tela repleta de sons e imagens,
O filme da minha vida
Passando lentamente,
Num chroma key instantâneo
Sem alegria; alegremente.
Confesso ainda: vivi.
E foi tão difícil continuar vivo.
Sem planos e sem amores;
Sem a janela por onde fugir,
Sem a porta e sem o letreiro:
Aqui jaz!
Não é fácil,
Mas vivo.
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