O mar repulsa dores:
Enfim o pesadelo em verdade.
Que liberdade ele queria?
Isso ninguém sabe.
E os tiros, e a espuma;
E a baba de ódio como onda.
Que raiva ele tinha?
A cabeça a gente manda,
manda no dedo do gatilho.
Mas, às vezes, perde da sanidade.
Haveria sonho?
Todas as vítimas tinham,
estavam em seus futuros,
carregados de esperança e livros.
Tiros e tiros: esmo.
Escolhas aleatórias ou não.
Isso ninguém sabe.
Crianças do futuro também incerto;
Mas de luta, de coragem.
A coragem dele era outra:
Era covardia.
Ridícula, louca e inútil.
Se ele tinha sonho, se ele tinha problema;
Se ele tinha medo, se ele tinha fome.
Se ele tinha.......não tem mais.
E ninguém vai saber:
Ficou com ele e seu silêncio em suas dores.
Sua história resumida em seus passos
Dentro da escola.
E as crianças?
O mar repulsa as dores:
Tornaram-se heróis de verdade.
Eles fizeram história, sem saber:
Caminhavam também pela escola,
mas tinham outras idéias, outros amores.
Tinham outro valor da vida:
Valor que nos contemplamos agora;
e, mesmo no silêncio de agora,
preenchem a vida as lembranças
de suas risadas:
e da tragédia o eterno recreio é o que
verdadeiramente importa.
E isso todos nos saberemos.
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