quarta-feira, janeiro 19, 2011

Acordei

Braços presos, a carne fria.
Meus pés acorrentados;
Enfim, acordei.
Mas acordei assustado.
Olhos cansados, cabelos molhados.
O corpo suado, denso.
Acordei com medo, o que é pior.
Pior que a morte, o sono e a fome.
Acordei sozinho, em silêncio.
Do vôo longe, inconsciente.
E as pernas cansadas da procissão.
Desamparo do ideal.
Acordei sozinho.
E as cartas que voaram longe, sem ninguém.
Pois em um momento, cansei de todos.
Enfim, acordei.
E voei alto nos pensamentos impróprios.
E decidi a morte.
E contra a crença não se pode.
Morri aos poucos, totalmente vencido.
Mas, enfim, acordei.

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