quinta-feira, agosto 14, 2008

Prisão

Essa é minha prisão, onde me sento estanque;
Durmo deitado à noite, e sofro com as horas.
Prisão com paredes brancas, sem quadros,
Esculturas ou relógios, onde as horas não passam.
Esta é a prisão onde como, me lavo e canto,
Onde sinto delicado perfume das flores,
Onde sinto cheiro da moça, onde sorrio de graça.
Essa é minha tortura, da carne e da alma,
De injustiça aparente, da falta de calma.
Prisão onde me olham e desdenham,
Onde poucos amigos sobrevivem,
E poucos me acompanham.

Esta é a prisão onde me liberto, onde me jogo
Sem medo pela correnteza, onde o sexo;
E as outras coisas felizes, me libertam.
Esta é a prisão para onde corro todos os dias,
Em meus vagos pensamentos esperançosos
De fugir da prisão onde meus pés estão presos.
E onde sinto animais ferozes e suas mordidas.
Essa é minha prisão, onde morro todos os dias.
Aquela é a prisão que ainda me dá confiança.
Essa é a prisão de todos os dias.
Onde me querem distantes, mas não me libertam.
Onde devo ficar pelo tempo necessário

Prisão que me dá comida, água e roupa;
Mas nega-me a me dar sonhos.
Esta é a prisão que todos querem. O Inverso
Da prisão que me maltrata, esta me diverte.

Prisão onde tenho asas, onde meus pés não doem.
Essa em pesadas correntes, sem pingo de chuva.
Nem ventos frescos; nem aroma de mato.
Esta prisão que eu quero para todo mundo,
Que um dia se libertará dessa prisão delinqüente.
Essa minha prisão passará um dia,
Quando eu rogar com fé minha decisão,
De sofrer por mim nessa pequena prisão
Ou amar todos naquela prisão infinita.

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