sexta-feira, agosto 22, 2008

Carta 009


Odeio escrever poemas. Mas escrevo. Poemas são tensos, complicados e esquisitos. Adoro poemas por causa disso dessa singularidade. Queria que todos pudessem entender meus poemas do jeito que eu entendo. Isso nunca irá acontecer. Cada terá uma percepção sobre o ele Por isso adoro os poemas, apesar de odiá-los.

Odiei escrever alguns deles, são tão inúteis para mim. Não querem dizer nada, não significam nada. Mesmo assim estão ali, todos íntegros. Algumas pessoas amaram esses meus poemas, que são inúteis. O cômico do poema é também criar diferença onde são indiferentes. Uma porção deles, que não gostei, deveriam nunca ter existido. Mas existem, e é por isso que eu os percebo.

No meio desse pensamento lembrei de poemas que eu amei escrever. Verdadeiros, tensos, emocionais; racionais. Históricos. Poemas completos, com começo e meio. Os melhores poemas não têm fim. Esses que eu amei escrever, esses são infinitos, eu continuo escrevendo em cada instante. Em todo momento novas palavras, novos gestos e novas emoções. Os melhores poemas eu não terminei.

Odeio poemas que escrevi, amarei aqueles que ainda não terminei.
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