quinta-feira, outubro 04, 2007

O aflito silêncio

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I
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Silêncio das ondas,
e dos peixes mortos.
Das crianças e dos
filmes.
Das máquinas,
e dos funcionários.
Silêncio da chuva,
da vítima e dos prédios.
Silêncio da comida,
no prato da fome.
Silêncio que eu quero,
em silêncio dizer.
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I I
.
Em mim um silêncio breve.
Pode ser amor ou ódio, imperceptível.
Pode ser as duas coisas.
Silêncio que vai embora, que volta.
Que me diz coisas e espera por mim.
Na paisagem quem não anda,
na foto quem sorri,
na vida quem não vive.
O silêncio em todas as coisas
imperceptíveis.
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I I I
.
Andei pensando no seu silêncio.
Poderia ser ausência, pode ser muito mais.
Mas é apenas a falta.
Falta do quê dizer, sentir.
Penso mesmo nas coisas que
não me diz enquanto me olha
com reprovação.
Pode ser adeus, pode ser muito mais.
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I V
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E a canção parou, quando
ninguém mais entendeu o quê dizia
No silêncio todos completos,
pela solidão de todos os seus dias.
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