terça-feira, fevereiro 14, 2017

DESCONECTADO: O Monge que era executivo

 

Há tempos não falo sobre administração. Curiosamente ser minha formação acadêmica a matéria que eu menos aprecie. No entanto, sempre é bom relembrar um pouco a trajetória de sinceros quatro anos de estudo. Então, foi nessa toada que resolvi ler O Monge e o Executivo. Vou confessar que o título me chamou mais atenção do que o conteúdo, pelo menos a princípio. Seria interessante ver revelada a questão transcendental que anda tomando conta dos estudos das relações humanas.

Considero que a formação de administrador de empresas deveria ser alterada para Ciências da Organização, ou coisa parecida. A teoria (visão) da administração é um estudo relativamente novo, comparado com áreas como psicologia e sociologia. Por ser nova, parece ser compreensível haver poucas mudanças em conceitos tão importantes. A liderança é um deles. Ler qualquer livro sobre liderança é compreender sempre mais do mesmo. Não foi diferente agora.

Mas uma coisa chamou atenção no balaio de gato criado pelo autor. Uma delas é a forma da criação do cenário onde seria exposta a “aula” sobre liderança. Nele temos a diversidade de personagens arquétipos: militar, enfermeiro o executivo; entre outros. Do outro lado a tentativa de universalizar o conhecimento e a prática religiosa e acadêmica: reitor, monge, irmão e pastor. O livro não fala sobre religião, mas tenta decifrar a questão da espiritualidade ou da existência, infelizmente sem ao menos tocar no nome de Goswami.

O ponto forte do livro é a corajosa comparação da liderança com um dos maiores líderes espirituais: Jesus Cristo. Não dá para contra-argumentar sua analogia, quando diz que Jesus de Nazaré demonstrou a práxis da liderança, e que ainda hoje conduz alguns milhares de pessoas em seu propósito. A melhor parte do livro, pois o modelo é sincero e correto. Em poucas oportunidades na vida acadêmica teremos tal experiência, que nos conduz ao modelo religioso, sem ao menos pensar em religião. Assim, a parte que alguns céticos (como o militar do livro) torcem o nariz, é onde podemos tirar o exemplo mais magnífico de uma liderança.

O ponto negativo, e existem muitos, é a falta de pontaria num assunto que na época do lançamento do livro era uma questão discutida, comentada e analisada por várias frentes do conhecimento humano: as múltiplas inteligências. Apesar de deixar intrínseco o conceito de inteligência emocional, existencial e as demais inteligências analisadas por Gardner; o autor ignora a oportunidade de trazer para mais perto o título do livro: O monge realmente participando da orientação de um executivo.

Essa dicotomia, que seria fenomenal, brilhante e realmente esclarecedora; ficou apagada entre os diálogos quase infantis dos personagens. A metáfora que o título propunha ficou esquecida em todo o andamento da história. Que metáfora é essa? Que dicotomia? Ora, monge que trata das coisas espirituais, metafísicas; transcendentais. Monge o abstrato que liberta dos apegos, que faz desaparecer o ego. Enquanto o executivo é o pragmático, o concreto; o lucro, os dividendos; a ação direta, objetiva e momentânea do ser humano.

Os diálogos e os exemplos poderiam ser mais ricos, por causa disso tudo.

Assim, o livro é uma ótima diversão; traz conceitos interessantes sobre a nova administração (já que não existe ainda outra teoria administrativa, apesar de termos modelos contemporâneos); mas que fala muitas coisas que os administradores saberão decifrar em poucas linhas, quando se formarem e tirarem boas notas. Saber decifrar é diferente de vivenciar: é a moral que fica da história dessa história.




 (Texto que escrevi em 2009 para o Site INFORMAÇÃO VIRTUAL)

sexta-feira, fevereiro 10, 2017

10 DE FEVEREIRO 2017



Acho que é o meu primeiro texto escrito diretamente aqui como um diário. Não tenho idade para isso, tampouco admiro tal forma de publicação, mas considerando que é a única maneira de me expressar, farei sem peso na consciência. Costumeiramente faço os textos e publico no Facebook. Acontece que de um tempo para cá tem me incomodado muito ficar horas e horas navegando pela rede social. Alguma coisa me diz, lá na intimidade; que ando perdendo meu tempo, perdendo amizades; ao invés de construí-las. É tenso deparar com situações que não podemos lutar; ou situações de pessoas consideradas intolerantes. 

Será que estou perdendo minha capacidade de tolerar a diferença?


De alguma forma, por um descuido de quem formula os algoritmos dentro daquele programa genial, algo me faz deparar sempre com os mesmos assuntos, mesmas piadas e mesmos comentários. Tudo bem, chega a ser engraçado a participação desses pessoas, mas num determinado momento cansa. Eu também me considero um sujeito cansativo, as pessoas devem odiar minhas postagens, às vezes com textos longos, em outras ocasiões trago músicas que andei pesquisando pelo youtube. Mas com uma boa dose de camaradagem, acabam curtindo.

Não sei se a ideia de escrever aqui irá vingar, pelo visto não. Mas dei o primeiro passo para não mais sobrecarregar meus amigos na rede..

.