terça-feira, agosto 12, 2014

Os dias de hoje


Disperso, na relíquia do tempo, viajo para dias melhores.
A nostalgia que paira, reflete no limbo, criaturas felizes.
Era feliz aquele tempo e sabia.
O pé da fruta, do primeiro sabor, que eu não sabia o nome:
Bicho com fruta, fruta com bicho; ainda não matava.
Naquele tempo, do passado em preto e branco,
Tudo parecia mais colorido, ainda que aos avessos;
A vida tinha lá, em seus trejeitos, um tanto de dificuldade.
Chocolate, pão com requeijão; mistura da comida variada.
Tudo faltava, desde remédio até os canais de televisão na sala.
Mas eu era feliz, naquele tempo; coisas que a saudade traz.

O mundo anda tão distante, tão menos saboroso.

Ando me acostumando com o errado.
Aquilo que não dá certo,
com esquisitices alheias, as minhas.
Com a infelicidade, que de todo hábito,
É o pior.

E viajo, como quem foge mesmo, sem ser derrotado pela vida.
Ando sumindo, como quem olha a paisagem e parece não saber;
Não pensar em nada; ou quase; pois é impossível qualquer vazio.
Fico ali, olhando os carros diferentes, as pessoas que se matam;
A febre que devora, as doenças que se espalham; a guerra
A epidemia, o transtorno de todos; pois todos estamos transtornados.
Olho gente indo, gente querendo ir; gente com medo de ficar.
De assumir a vida, a vontade de abraçar, de dizer coisas boas.
A felicidade, como bem precioso, tem lá sua culpa na inveja.

O mundo não me pertence.

Pois, na chuva, da água poluída; o medo.
Ando me acostumando com o medo.
Com as bizarrices das pessoas; ou as minhas.
Com a infelicidade, que bate a porta;
E deixo.

E quero mais um pouco de tudo que o mundo esconde.
Que se esconde do mundo, as coisas mais belas.
As coisas lá do passado; ou presente, a relíquia.
Meu maior presente será a felicidade, dos dias; aproveitados.
Todos os dias!
Carpe Diem aos avessos, ad aeternum.











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