quinta-feira, agosto 22, 2013

O mar e o veleiro

 

O mar é grande, cabe; num espaço daqui:
Na cama, no mundo; nas minhas coisas.
Mar que me chama, para ir embora para sempre,
onde as coisas que eu amo, onde me amam.
Mar de gente, que passo despercebido;
Desesperado, no mar insano da vida;
Das rugas do tempo, o mar ainda está.
O mar, que fujo intenso; num espaço aqui:
Se apodera, me amedronta; sufoca; queima,
lágrimas, tristeza, tempestade e a solidão.
Mar que, num momento calmo, atravessa.
Os dias que se passam, mas nunca se vão.
Quer de mim o pesadelo marco?
Tenho muitos sonhos tristes escondidos.
E a bússola da alma a contento;  tenta me suportar.
O mar, que eu navego, seco; sem folhas e árvores;
o deserto do mar calmo, que na calmaria morre.
Que mar hoje cabe aqui no quarto?
Qual deles preencherá a sala?
Em qual deles levitará meu corpo?
Apodera-se, o mar, as grandes coisas;
as ondas incansáveis do mundo;
o sonho do barco livre, veleiro:
Vela a liberdade do corpo, a morte.
Dias que sempre se passam,
de uma viagem
que nunca chega, mas sempre volta.
Mar que, às vezes calmo;
mas que sempre forte.













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