terça-feira, outubro 18, 2011

Flores do seu jardim

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Você não quer saber, mas sua frente,
flores em preto, jardim quase morto.
Ouço o som dos insetos, deteriorados;
querendo, o mais rápido, seu corpo.
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Tão vespas; moscas varejeiras:
Abelhas dos estrumes da vida.
E lótus negro de uma chuva densa.
Os corpos se lambuzam na lama.
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Olhe para mim: quer dizer algo?
A língua enrolada, enroscada; fútil.
Dizer algo não diz nada, quase sempre.
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E os bichos vão embora, cansados.
Do seu torso, infiltrado e enlameado.
O jardim morre, como num gozo, dócil.
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Um comentário:

Rynaldo Papoy disse...

Magnífico.