quarta-feira, outubro 19, 2011

Em um cotidiano qualquer.

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A herança é o fim do mundo: o presente.
O que mais quer, desisto hoje, para sempre.
Vamos tomar uma bebida?
Seguro o copo com as duas mãos:
- A bebida está quente?
A vítima dorme nos meus braços, ainda.
O perfume de ontem, hoje cheiro insuportável.
Os cadáveres que abominam os abutres
apodrecem para o resto da vida.
Seu presente hoje: o fim do mundo.
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O mundo de hoje parece insuportável.
Desisto para sempre de tomar uma bebida.
Vamos falar sobre cinema?
Seguro seu braço com as duas mãos:
- Está indo embora?
O cadáver dorme nos meus braços, há vida.
Os abutres insuperáveis sobrevoam minha morte.
O fim do mundo, que resta do meu cheiro,
apodrece o que é o meu presente.
Vamos beber algo e esperar o fim do mundo?
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