terça-feira, setembro 08, 2009

Renascimento

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Assopro o fogo, desisto.
Da vela na mesa, sem morto.
Rezo pelos dias que passam.
E os pesadelos que ficam.
Nos meus olhos, o rosto encoberto.
Não é paixão, mas arde.
Desconheço o caminho confuso,
E da vida nem preciso de dinheiro.
Mas num momento tortuoso,
Em que a fome bate no estômago;
Dane-se a imagem das palavras,
As delicadezas rimadas,
E o sentimento quase falso.

O poeta morre quando a vida começa.

E o fósforo de novo, como guia.
A cruz na lapela como escudo.
E se ouço tantos outros sofrimentos,
Percebo tarde que não resisto.
Tomem meu corpo, alma e sonhos.
Façam o que quiserem no eu desnudo.
Que o mundo me amordace sem receios,
Mas que não me tirem a música do poema.
Desconheço minhas falas desde ontem,
E dano-me na palavra sem regalo.
Ora o poeta visto em forma;
Agora o homem disfarçado,
Sem sentimentos......

O homem renasce onde o poeta morre.
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