terça-feira, agosto 25, 2009

Morto

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Venha agora, nesse dia de verão.
Que estarei esperando você.
Sabendo o que precisa ser feito.
Essa sua imagem decadente,
em lances repetidos.
Quem é você em mim agora?
Um desses sujeitos sem concepção?
Esse alguém eu desconheço.
Apesar de estar comigo há tempos.
Esse sujeito sem gestos, sem afinco.
Com olhos tristes e cansados,
Não posso ser esse súdito derrotado.

E o espelho denuncia
a única verdade sobre mim.

Mas venha armado me enfrentar,
pois agora estou disposto.
Mesmo sem ajudante,
que soterra o corpo morto;
quando não existe mais remédio.
Venha com armas, pois verá as minhas.
Em punho como querendo matar.
Escudo de quem precisa se defender.
E cortarei em migalhas esse boçal
de palavras sombrias, insulsas.
Meus olhos tristes matando em mim
esse sujeito que sou eu, maltratado.
Não posso mais ficar derrotado.

E o reflexo foge sem revelar quem é o culpado.
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