quarta-feira, dezembro 19, 2007

ABANDONO

Um só, abandono.
Abandono dos dias.
E as horas,
Tão abandonadas; foram.
Cansadas, da solidão,
Eu fugindo à-toa.
E o abandono,
Das coisas e das boas
E das ruins, tanto faz;
Pois, durante um tempo:
São das coisas,
Ligeiramente abandonadas,
Que, às vezes, sentimos a falta.

Mas nada me falta, agora.
Talvez o respingo da chuva,
O som da festa, a gripe incurável.
O resto da bebida no copo.
São tantas imagens,
Que prefiro nenhuma delas.
São abandono: de chuva forte,
De bolo da festa, da cura
E da ressaca.
O abandono sempre é o mesmo,
Mas as respostas impensadas.

Quem eu serei daqui em diante?

Um só. Abandono.

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