quinta-feira, abril 05, 2018

I - Desconstrução dos Novos Poemas



Farei agora um histórico do desapontamento
das palavras que disse em qualquer momento.
De sumir, de repente, como se não fosse nada;
esquecido significado de cada palavra ignorada.
Serão assim, infrutíferos, velhos poemas novos
que há tempos deixaram os fingidos tormentos
de poetizar qualquer dor em vastos sofrimentos.
Se fiz poemas necessários para alguns aplausos,
recordo nenhum ser digno de alguma piedade.
Não marcaram época e nem tampouco saudade.

Pois, os poemas não foram por mim expostos
como quem tem a felicidade uma incapacidade.
Nasceram como nascem plantas e montanhas,
no deserto de uma imaginação, nascem mortos;
nascem, poemas, como som numa noite qualquer
que gera gritos e uivos indecifráveis nas entranhas
pedindo socorro para quem nasceu para morrer.
Assim, de hoje, os poemas viverão sua mocidade
em construir fantasias no instante de uma paixão,
mas dessa fortaleza uma inevitável desconstrução.

Poemas não se fixarão no futuro que desejarem,
mas nas lembranças de um dia desaparecerem.





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