quarta-feira, outubro 03, 2012

Canto



Preciso de um canto, quieto, calmo.
O tempo que passa depressa, encerra.
Um canto sem ninguém, sem falar.
Um canto com uma luz, uma vela, um olhar.
Um canto para chorar, sorrir, relembrar.
Quantos cantos você tem?
Na cama temos o sonho,
Na mesa a oração.
No oratório a redenção.
Eu preciso do silêncio, mas não quero.
Quero o norte, aonde ir.
Às vezes nos sentimos tão sós
em nossas próprias decisões.
Caminhar sozinho, olhar para as nuvens.
O que elas revelam?
No sonho, na oração, na liberdade?
Aos poucos morremos, sabemos.
Mas tão difícil, indeciso, repleto.
Para onde quero ir agora?

É cruel a luta contra qualquer dor.

Preciso te ouvir um pouco mais.
Dizer-me o que fará agora.
E se o tempo, que passa, existe.
Ou se depressa sentimos o fim.
Qual a decisão que devemos tomar?
Eu preciso do silêncio, absorver-me.
Na mesa, na oração; completo.
Ainda que morra, no vale caminharei
com uma vela, um olhar; aprovação.
Não temerei meus pecados.
Não temerei coisa alguma.
Mas preciso de um canto, um jeito.
Preciso de um remédio, uma forma.
Preciso de um caminho, uma coisa;
Uma qualquer coisa.
Às vezes me sinto muito só
Em minha própria decisão.
Sonho? Pulo? Ignoro? Ou vivo?
Caminhar pelas nuvens sem respostas
Ainda assim saber de quase tudo.

É cruel demais não ignorar a vida.










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