segunda-feira, abril 07, 2014

O desafio da própria morte

 

A antítese do passado, o futuro.
Que trás desse dia de luto
a insuspeita do tempo.
Pudera reverter as horas,
nascedouro de hoje a morte,
até o momento presente.
Foice de ponteiros desatentos,
correndo o inverso da carne,
em todo envelhecimento.

Que badaladas inflem a pele
Rompendo as rugas dos anos
chamando de volta ao corpo, os pelos.

E no retrato do recomeço,
a campana violada, onde velas,
despropositais, velarão as flores
murchas ao vento.
Ao contrário da morte,
diminui a experiência dos tormentos,
como parto desalento de tudo.

Renascer de novo ao ventre da mãe,
desconfortável ambos como estupro.
Nascerá em mim a conformidade dos anos,
como a vida que morre em minutos,
e sonhos que seguem a eternidade.
A tese do futuro, nesse poema translúcido,
desenvolve aos dias de glória da vida, o luto.



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