A
visão da glória, eu em passos lentos.
Voando
ou nadando em mares claros?
O
barco me arremessa longe, tenho medo.
Quem
segura minha mão?
Pé
ante pé, ando num quarto escuro.
Uma
luz da vela no criado mudo:
O
livro está pela metade.
O
livro da minha vida está pela metade!
A
visão, ainda que certa; é tão confusa.
Quem
me guiará? Ando perdido.
Minha
história não está ali, morreu.
Morreu
no começo de tudo, no choro.
Morreu
na primeira queda, joelhos sangrando.
Morreu
na primeira fruta roubada, no beijo,
No
sexo, no porre e no primeiro deserto.
Voando
em mares claros.
Quem
segurava minha mão?
Uma
caneta e o livro aberto: a minha história
está
inacabada nas páginas passadas.
E
fecho os olhos, e a visão da glória.
Ando
em passos lentos nesse quarto escuro.
Nado,
vôo? A janela aberta pela metade.
O
livro da minha vida perdido.
Morreu
suas letras, nos joelhos sangrando.
Minha
queda; meu sexo, o beijo roubado.
Voando
em sonhos escuros,
O
deserto com um céu claro.
Quem
se atreve em minha mente?
A
visão, ainda confusa; tão incerta.
Morre
minha história, sem passado.
Morreu
o futuro na primeira queda.
O
primeiro porre, o mar em volta.
O
quarto escuro onde ficava meu choro.
A
luz da vela, que era minha metade.
Uma
caneta e a história inacabada:
O
livro está aberto.
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