E
a morte vira rotina para assassinos nem sempre psicopatas. A morte à
beira, esperneia. Mais um casal, mais um pai de família; mais uma mãe. E
outros virão, ainda é cedo para o fim do mundo. Enquanto isso nossa
rotina é bisbilhotar reality show, de mais uma pelada em revista de um
nu nem sempre artístico. Hoje mais uma família, de tantas outras que já
se foram. O caso grave, como se a gravidade das
outras mortes fossem suportáveis; é a chacina do improvável, do
impossível e do inaceitável. De agora em diante não importa mais quem é o
culpado, sua idade; importa que a morte não faz mais sentido, mas dá
fim ao sentido de pessoas que tinham a opção da felicidade.
É tão complicado assim ser feliz?
A música com letras impublicáveis é a moda que não sai de moda: o gosto duvidoso de quem quer apenas pensar o óbvio. Quer dizer, menos que o óbvio. Querem o fácil, líquido e certo. A nudez novamente do sexo frágil, que de frágil apenas o artístico. Idade que antes era de bolinha de gude, boneca; é de tentações explícita de envergonhar Marquês de Sade. Tanto erotismo para banhar vulgaridade. De agora em diante sexo é apenas uma questão de tempo; e filhos, uma questão de hábito. Os nossos filhos, meninos e meninas, com seus filhos; quase órfãos.
É tão complicado assim ser feliz?
Amizades tão infinitamente numerosas, mas tão contaminadas. Ciúme, inveja e vaidade. Amigos se apunhalando em comentários imprecisos e compartilhados. A necessidade de mostrar ao outro a maioridade humana: financeira, moral e religiosa. Deixamos de ser nós mesmos, ao inventarmos tantas coisas; tantos sonhos desorganizados. Amigos são taxados, catalogados; virtualizados. Virtual nem sempre traz a virtude. Amigos tão íntimos, mas tão distantes. Perdemos nosso tempo de beber uma cerveja, comer uma batata fria; uma pizza na noite de sábado.
É tão complicado assim a felicidade?
É tão complicado assim ser feliz?
A música com letras impublicáveis é a moda que não sai de moda: o gosto duvidoso de quem quer apenas pensar o óbvio. Quer dizer, menos que o óbvio. Querem o fácil, líquido e certo. A nudez novamente do sexo frágil, que de frágil apenas o artístico. Idade que antes era de bolinha de gude, boneca; é de tentações explícita de envergonhar Marquês de Sade. Tanto erotismo para banhar vulgaridade. De agora em diante sexo é apenas uma questão de tempo; e filhos, uma questão de hábito. Os nossos filhos, meninos e meninas, com seus filhos; quase órfãos.
É tão complicado assim ser feliz?
Amizades tão infinitamente numerosas, mas tão contaminadas. Ciúme, inveja e vaidade. Amigos se apunhalando em comentários imprecisos e compartilhados. A necessidade de mostrar ao outro a maioridade humana: financeira, moral e religiosa. Deixamos de ser nós mesmos, ao inventarmos tantas coisas; tantos sonhos desorganizados. Amigos são taxados, catalogados; virtualizados. Virtual nem sempre traz a virtude. Amigos tão íntimos, mas tão distantes. Perdemos nosso tempo de beber uma cerveja, comer uma batata fria; uma pizza na noite de sábado.
É tão complicado assim a felicidade?
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