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Inconsolável destino, pretérito;
De portas fechadas; alguém bate.
Existe alguém ai dentro?
Ninguém.
Não existe ninguém ai dentro.
Ficamos em silêncio esperando a chuva.
Reparou que não fazemos mais barulho?
Brinde.
Bebo.
Reclamo.
Sexo.
Mas eu fico.
A janela que criamos: confusa.
Não liberta, mas repreende os olhares
das mulheres que passam pela calçada.
Existe alguém ali dentro?
Tudo tão calmo, reflexo; a paz mórbida.
Reparou que não mais gememos?
Germe posto morre; enfim.
Não existirá alguém, não queremos.
E os dias contados nos dedos,
As amarguras ditadas, o rosto enfermo.
Estamos cansados um do outro?
Não sabemos.
E a chuva vai embora, ressequindo.
Onde gota, funga os lábios.
Já reparou que estamos juntos novamente?
Não reparamos, tão passageiro.
Mulheres descalças, homens soberbos.
Onde eu fico?
Tão descrente.
Existe alguém mais ai dentro?
De portas fechadas, ninguém sabe.
Tudo tão calmo, mas realmente
terminados um no outro.
e a porta aberta;
do destino
não mais repreende.
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