quarta-feira, outubro 19, 2011

Numa dessas noites de chuva

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E te cobram, a densa força do pecado
um erro nada original, bastardo; penso.
Come a maçã, morde, assopra e beija:
A mulher dos seus dias, nua e verdadeira.
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Penetro, abstrato: nas ruas carros passam.
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É dia de chuva, mas a janela fica aberta.
Quem, em olhares santos; vê o que deve?
Cansada, fria; relaxa, mas nada devora:
Tantos homens e mulheres que passam.
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Eu me alojo. Eu me renovo; eu me desespero.
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É minha a sua mulher? Ou vice-versa?
De ninguém, ela repete a si mesmo
quando no espelho enfrenta o que sobrou.
E o pecado de ambos, num só recai:
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Cruz do choro, da solidão e de tristeza.
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O dia é de chuva, mas a janela fica aberta.
De ninguém, ela repete mais uma vez,
recebi qualquer beijo, de vingança ou ódio.
Eu me alojo. Eu me renovo. Ela se angustia.
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Mas seu choro não é remorso, é desespero.
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