segunda-feira, dezembro 18, 2006

Lavanda

As pessoas andam tão distantes.
De você, senti o perfume, de flores
em dia quando chove, e plantas crescem.
Eu estava olhando nuvens pela janela,
quando lembrei que você existia.

Era um dia frio, desses de se enrolar num
cobertor e tramar em pensamento, ideais.
Era dia que me sentia desamparado,
apesar do movimento insistente do mundo:
Relógio, vento e pele.
Nunca param, a pele sempre morre;
vento em todos os cantos, relógio me diz
que tenho que acordar cedo.

Era um dia frio, uma música baixa.
Não estou dormindo, mas os olhos abertos
de pensamento vagando pela sala.
Lembrei que você existia,
mas não estava mais no mesmo lugar.

As coisas estão tão distantes.
E o perfume, intenso;
sua pele, e o relógio correndo.
Dessa vez não chegaria atrasada.
Nem mandaria recado,
nem se esconderia entre travesseiros,
nem ousaria me abandonar.

Dessa vez não faria nada para agradar.
Ou me proteger